panqueca da vó dora

ao invés daquelas panquecas cobertas de molho e queijo ralado e levadas a gratinar, vó dora inverteu a ordem das coisas e criou uma panqueca em que o molho e o queijo vão por dentro. e nada de gratinar. panquecas da vó dora são pra serem comidas com as mãos, meio mornas, perfeitas para um dia de calor brega como hoje.

ela diz que a receita antecede a existência de liquidificadores e que a receita original levava fécula de batata. mas como vó dora é a pessoa mais prática, apressada e sem paciência do mundo, tão logo surgiu o liquidificador, trocou a fécula de batata por uma batata crua, e tudo é misturado usando seu eletrodoméstico preferido.

quem nunca fez panquecas pode achar complicado, mas garanto que é facílimo e que com pouco tempo de prática dá até pra rodopiá-las no ar diretamente da frigideira, exatamente como em qualquer desenho animado ou filme antigo.

vó dora é mineira até o último dna, embora more em são paulo há quase 80 anos. e é por isso que na casa dela não tem parmesão. só queijo minas meia-cura ralado grosso, que ela mesma rala usando uma antiga máquina à manivela.

panquecas da vó dora

ingredientes:

para a massa:

1 batata crua pequena
1/2 copo (requeijão)de água
1 copo (requeijão)de leite
2 ovos
1 e 1/2 xícara (chá) de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento em pó
1 colher (chá) de sal
óleo suficiente para untar a frigideira

para o recheio:

500g carne moída
1 colher (sopa) óleo
1 dente de alho picadinho
1/2 cebola picadinha
1/2 xícara (chá) de cebolinha e salsinha picadas
3 tomates sem pele ou sementes picadinhos
sal e pimenta do reino a gosto
1 xícara de queijo minas meia-cura ralado

modo de preparo:

comece pelo recheio, para que ele esfrie um pouco antes de enrolar as panquecas e evitar que você queime as mãos. numa panela média leve o óleo para esquentar e depois acrescente a carne moída. deixe fritar até que esteja bem soltinha, mexendo de vez em quando para soltar eventuais grumos. quando estiver soltinha acrescente a cebola, alho, refogue alguns minutos e depois os tomates. deixe fervendo até que os tomates se dissolvam e forme um molhinho. coloque as ervas, sal e pimenta, prove e desligue. deixe reservado e vá preparar a massa.

obs: eu utilizo sempre uma pitadinha de pimenta síria quando faço carne moída, pois adoro a combinação.

para as panquecas, comece triturando no liquidificador a batata crua com a água. bata bastante até que ela fique totalmente liquefeita. acrescente os ovos, o leite, a farinha, sal, fermento, e torne a bater até estar bem homogênea. numa frigideira antiaderente e mais fina, coloque o óleo para aquecer. quando o oleo estiver bem quente e deslizante, passe um pedaço de papel toalha na frigideira para retirar todo o excesso de óleo. despeje com uma concha pequena a massa no centro da frigideira, e vá girando a frigideira para que a massa se espalhe por toda a extensão dela. a massa não pode ficar grossa, espalhe bem. se necessário afaste a frigideira do fogo para que a massa não cozinhe antes que você tenha tido tempo de espalhá-la uniformemente. a massa cozinha rapidinho e o ideal é que ela fique mais coradinha de um lado, e depois que você virá-la, retire logo para que não fique ressecada. se necessário use uma espátula de silicone para soltar as bordinhas. com pouco tempo de prática você já vai conseguir virá-las no ar utilizando apenas a força do punho no cabo da frigideira. tente! é divertido.

conforme for fritando as panquecas, vá empilhando-as num prato ao lado do fogão. se necessário, unte novamente a frigideira no meio do processo e continue a fritura. quando estiverem todas prontas, comece a enrolá-las. coloque a carne moída no centro da massa, polvilhe o queijo generosamente e enrole como um charuto, apertando bem para que ela fique suficientemente firme para ser comida com as mãos.

na foto, saladinha de alface americana, tomate cereja* e queijo minas, temperada com azeite, limão, pimenta do reino e sal grosso moídos. e suco de melancia.

(*esse tomate que parece um mini tomate italiano também é tomate cereja?)